sábado, 24 de julho de 2010

PÔR na graFIA.


A palavra que escrevo
é o meu próprio algoz
me entrega nas entrelinhas
entrelínguas ao leitor
me sacia os devaneios
e então cobra o seu valor
Pede o dobro só pra ouvir
o que te “falo
e tu não presta

tem
são
Não! Tu nunca prestou!
Assim como a palavra
que se disputa
Santa porfia
simula orgasmos no papel
pra pôr na grafia
nele é vital ser infiel
Pra te
ver
de
clamar
Toda sem
ana
Vestes
O silêncio da palavra
E se diz
Puta
Escrita
Santa
Mulher.



[Juliano Beck]

6 comentários:

  1. santa,santa escrita...que alicia,que é algoz e que sacia...

    que nos deixa nus,despidos de pudor ...puros na essência...

    ...só posso dizer que sua poesia me alegra e vicia..me alimenta e inspira....

    lindo,juliano...lindoo!!

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  2. Assim como a palavra
    que se disputa
    Santa porfia
    simula orgasmos no papel
    pra pôr na grafia
    nele é vital ser infiel


    Sem comentáááááários. Nem precisa.

    Beijooooooo Juliano!

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  3. Mano, melhor texto seu que já li até agora. Adoreiiiiiiiiii, muito criativo, caramba trilegal!!!

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  4. "Toda semana
    Vestes
    O silêncio da palavra
    E se diz
    Puta
    Escrita
    Santa
    Mulher."

    Isso tá foda, Juliano!
    Muito bom.

    Beijo!

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  5. Sigo os teus passos e vou (des)construindo o (des)conhecido...

    Não sei se presto atenção...

    Fico um tanto zonza...

    Perdoe-me!

    Abraço!

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  6. E ainda diz q so tenta escrever!!
    Incrivel cara! Estou surpresa!!!!!

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