segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DESEJO




Desejo


O meu peito se reveste de armas
para afogar o teu corpo em delírios e tramas.
Os meus olhos espreitam a janela de tua alma,
o chá que bebo não se abstraciona...
É simplesmente o puro sabor da imagem verdadeira.
Adoço o amor que cultivei dos teus belos seios,
tal qual um canibal celeste,
refogo a tua carne em paz
para devorar-lhe as entranhas.

Teus lábios navegam na barca do meu desejo.
Eu que não sou Camões, tampouco possuo o Tejo,
apenas sou Pessoa que vive
versejando odes à sua beleza, inteira,
como algo haveria de lhe faltar?
Faço preâmbulos para o êxtase,
não preciso da Lua para te fazer delirar...

Em tua presença a tristeza se estremece de medo,
o teu perfume é lenitivo de vida.
Quero sequestrar-te os olhos
para que continues me fazendo sonhar.

-Carlos Conrado

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