"É hora de se embriagar! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha." Charles Baudelaire
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
AS VOZES

terça-feira, 27 de julho de 2010
NADA DE... MAS...
segunda-feira, 26 de julho de 2010
- Não, não sei. - diz ela.
- Esta cidade é chamada de cidade fantasma.
- É mesmo? Mas não vejo nenhum fantasma por aqui.
- Eles existem. E pode acreditar, são extremamente perigosos.
Neste momento, eles se abraçam e ela começa a chorar como se tivesse acontecido a pior coisa do mundo.
- O que foi meu bebê? Estás chorando?
- Estou... snif... snif... Senti a presença de algo ao meu lado.
- Sou eu que estou aqui.
- Não és tu! É outra pessoa, respirando em meu pescoço.
Até então, não se acreditava em fantasmas e a eternidade deles.
- Fantasmas são pessoas que existiram e que ainda, não conseguiram desvincular-se do mundo material. Elas precisam, ainda estar aqui.
- Não existe fantasmas, não acredito em você.
E sai uma luz branca por trás dele, mostrando toda a sua áurea, e toda a sua identidade: um anjo.
- Meu Deus! Tu és um anjo?
- Sou meu amor! Não te falei antes, pois, iria se assustar, mas agora tenho de ir. Já cumpri o que tinha de ser cumprido.
- E o que era?
E o anjo sai.
sábado, 24 de julho de 2010
PÔR na graFIA.

é o meu próprio algoz
me entrega nas entrelinhas
entrelínguas ao leitor
me sacia os devaneios
e então cobra o seu valor
Pede o dobro só pra ouvir
o que te “falo”
e tu não presta
há
tem
são
Não! Tu nunca prestou!
Assim como a palavra
que se disputa
Santa porfia
simula orgasmos no papel
pra pôr na grafia
nele é vital ser infiel
Pra te ver
declamar
Toda semana
Vestes
O silêncio da palavra
E se diz
Puta
Escrita
Santa
Mulher.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Cinzas-jasMIM
quinta-feira, 22 de julho de 2010
PRAZER

Quero brindar contigo
esta poesia condenada
com bons gramas de ópio
e algumas doses de desgraça.
Vês? A noite nos pertence!
Vamos tornar concreto o nosso ato,
nada de deixar ensaios malditos.
Maldito é o nosso amor.
Somos a personificação dos pesares...
Vai... Deguste, meu bem,
os vermes que restaram
de uma sociedade esquecida
no canto do teu prato.
Sinta o sabor da intolerância
arder em tua língua.
Para quê a esperança
se temos carnificina como sobremesa?
Apague estas velas,
quero despir-te na escuridão;
gosto do teu corpo enegrecido...
Quero ouvir teus gemidos
enquanto viajo em tuas curvas,
quero ver a agilidade de tuas mãos,
quero o néctar consumido.
Sussurres ao penetrar da minha espada.
Entrega-te à volúpia,
dedica-te ao ato
e esquece o coração.
Curvado à Baco
terça-feira, 20 de julho de 2010
Química

...Essa química...
O que pode acontecer se nos misturássemos, reagíssemos uma a outra?
E se essa mistura fosse homogenia, reagisse em pouco tempo, surtindo efeitos balanceados, causando explosões equilibradas, criando cadeias de sensações?
Adoraria ter sua boca suave reagindo ao toque e textura da minha língua, bem como todas as extremidades que compõem toda sua massa...
Adoraria que meu meio tom de pele combinasse ao seu tom vibrante, seu preto longo, enroscasse com minhas ondas claras...
Será que poderia encontrar toda a complexidade de uma tabela periódica, mas no final ter a mais completa cadeia de sabores, odores, cores, sons com direito ainda a combinação astral?
De certo já reagi a você... A pele, o tom, o cheiro...Essa tal de química me deixou por agora, não com saudade, mas curiosa pelo seus efeitos e salivando um doce sabor de quero bis.
P.s.: Química: s.f. Ciência que estuda as propriedades das substâncias, as composições, as reações e as transformações de acordo com leis que regulam essas ações.
Vr. Ironic
20/07/2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
- É mesmo? Legal.
- Isso é importante para mim, e não é para ti?
- Sabes não é? O mundo é importante para mim.
- Sei disso, para mim também, mas para encontrarmo-nos precisamos de alguém parecido conosco, concorda?
- Não.
- Por que? Achei que também me amava.
- Amar? Como? Você me conheceu há dois dias cara.
- Mas eu já me entreguei a ti. Sei que és o grande amor da minha vida. Sou teu!
- Eu não vou me entregar, nem conheci-te direito. Vais conhecer mais o mundo, homem! Não prenda-te a mim!
- Mas eu quero prender-me. Sei que posso equivocar-me, mas eu te amo!
- E o que é o amor?
- O amor é quando o encontro de olhares acontece, quando o teu coração dispara perto do ser amado. Meio que Florbela Espanca, que prefere morrer.
- Morrerias por mim?
- Claro!
- Então morra!
- Com todo o prazer.
Sem mais delongas, o rapaz se matou. O outro não acreditou, pensando que era brincadeira, e quando o viu morto não acreditou, e pensou no que ele tinha feito. Por que não dar uma chance? Mais uma vez ele anda pela rua e encontra um velho conhecido:
- Tu? Como vais? E a vida?
- Acabei de matar uma pessoa.
- Eu também.
- Caramba! Tu és meu irmão! Não é possível como somos parecidos.
(ad infinitum)
domingo, 18 de julho de 2010
O amor, objeto flexível ao longo de toda sua história
Diferente mas sendo o mesmo do que eu e você sente
Pode assumir a forma que você quer
Pequeno grande acrobata ínfimo digno ordinário, como você o quer?
Está à sua disposição de acordo com a sua posição
Quando agitado pode esvair-se completamente
No estado sólido cuidado
Ladrão de sensações
Sendo ferido, vingativo
Querendo pisá-lo em sua forma palpável e granulada
Fique à vontade
Difícil de destruí-lo
Fácil de perdê-lo
Controlador
Sentidor
Simulador
Cínico
Engana ao mais perspicaz
Criança diante de outra criança
Quando chupado
Que delícia
Tem o sabor de azeitona
Adoro os agridoces
Sabores raros
Mas adaptável e possível
Infinito mesmo sofrendo mortes diárias
Adoro quando geme
Fase boa
Quando penetrado
Geme e agoniza
Grita
Diante de qualquer alma pequena.
Alan S.